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Capitão Alberto Neto defende BR-319 com controle ambiental de alta tecnologia e rebate argumentos contra a pavimentação e tese do “desmatamento inevitável”
Publicado em 11/07/2025 13:11
Política

Brasília – Em discurso protocolado na Câmara dos Deputados, o deputado federal Capitão Alberto Neto (PL/AM) reforçou apoio à pavimentação da BR-319, associado ao uso integrado de tecnologias avançadas que permitem um controle territorial e ambiental mais rigoroso e eficiente. A declaração rebate as críticas recorrentes de que a estrada impulsionaria a abertura de ramais ilegais e, consequentemente, o desmatamento, e apresenta solução viável para a atual situação de abandono e informalidade na qual a rodovia se encontra há tantos anos.

 

A manifestação do parlamentar é uma resposta a decisão emitida pela 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), que atendeu o recurso do Observatório do Clima e retomou a suspensão da licença prévia emitida no governo do presidente Jair Bolsonaro, com argumentos de inconsistências legais, técnicas e ambientais.

 

O deputado explicou que o Brasil dispõe de um dos sistemas de monitoramento florestal mais sofisticados do mundo, com ferramentas como PRODES, DETER e MapBiomas, capazes de identificar desmatamentos em tempo quase real. “Esses sistemas já monitoram alterações na cobertura vegetal com altíssima precisão. A tecnologia existe. Falta é vontade política para aplicá-la de forma coordenada”, afirmou.

 

Inovação e monitoramento integrado

Com base em tecnologias utilizadas em países como Canadá, Finlândia e Costa Rica, aplicáveis à BR-31, o deputado propõe uma abordagem integrada e um pacote tecnológico que incluiria:

 

- Inteligência artificial e machine learning para identificar automaticamente padrões de abertura de ramais;

- Drones com sensores multiespectrais, capazes de patrulhar grandes áreas da floresta de forma econômica e contínua;

- Sensores GPS e geofonias para detecção de máquinas pesadas, som de motosserras e alterações no solo;

- Blockchain para rastrear veículos autorizados e criar registros imutáveis de acesso à região;

- Cancelas eletrônicas e câmeras de reconhecimento facial e de placas, para controle de acesso em tempo real;

- Sensores de vibração no asfalto, detectando desvios da pista por tratores ou escavadeiras;

- Comunicação via satélite para integração entre bases de fiscalização e resposta imediata a alertas;

- Big data e cruzamento de dados com sistemas bancários, para rastrear movimentações financeiras relacionadas a crimes ambientais.

 

Desenvolvimento sustentável e rastreabilidade

Capitão Alberto Neto destacou que a pavimentação da BR-319 não apenas facilita a fiscalização ambiental, como também cria oportunidades para o desenvolvimento sustentável da região. Com a digitalização da infraestrutura, seria possível:

 

- Rastrear a produção legal de açaí, madeira e outros insumos florestais via espectrometria e impressão digital da madeira;

- Fortalecer cadeias produtivas locais com plataformas digitais de comercialização direta, reduzindo a dependência de intermediários;

- Monitorar em tempo real indicadores como cobertura vegetal, qualidade da água e biodiversidade, por meio de dashboards públicos acessíveis à sociedade civil e comunidades locais;

- Criar uma rede de monitoramento participativo com aplicativos móveis para denúncia e registro de atividades suspeitas.

 

Empregos tecnológicos e redução da migração

A proposta do deputado também considera o impacto econômico local da digitalização da BR-319, com criação de empregos qualificados na região amazônica. “Precisamos gerar oportunidades na própria floresta. Técnicos em sensoriamento remoto, operadores de drone, analistas de dados ambientais — todos podem trabalhar a favor da floresta, sem precisar sair de casa”, disse.

 

Preservar ou desenvolver

Para Capitão Alberto Neto, o argumento de que não é possível conciliar infraestrutura com preservação ambiental já está superado pela tecnologia. “A verdadeira escolha é entre um desenvolvimento planejado, com controle e transparência, ou manter o abandono atual, que favorece o crime ambiental e impede o progresso das comunidades locais”, concluiu.

 

Foto: Assessoria de Comunicação

Fonte: Juliana Mattos

 

 

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