A dificuldade em expor completamente a glande (cabeça do pênis) pode ser sinal de um problema comum, mas muitas vezes ignorado: a fimose. O que muita gente considera “normal” ou acredita que vai se resolver com o tempo pode, na verdade, causar complicações se não for tratado corretamente.
De acordo com o Dr. Flávio Antunes, urologista e especialista em infertilidade masculina, é fundamental ficar atento aos sinais. “Se o prepúcio (a pele que recobre a glande) não consegue se retrair de forma natural, isso precisa ser avaliado. Fimose não é apenas um incômodo estético; pode afetar a higiene íntima, a vida sexual e até mesmo a fertilidade”, alerta o médico.
O que é a fimose?
A fimose é a condição em que a pele do prepúcio é estreita demais e impede a exposição total da glande. Em bebês e crianças pequenas, isso é considerado fisiológico, ou seja, normal. No entanto, com o passar dos anos, essa pele deveria se tornar mais flexível.
“Crianças costumam ter fimose fisiológica até os 2 ou 3 anos de idade. Mas se a condição persiste após essa fase ou causa inflamações frequentes, dores, infecções urinárias ou dificuldade para urinar, é preciso buscar avaliação urológica”, explica Dr. Flávio.
Quais os riscos da fimose?
A fimose pode facilitar o acúmulo de secreções, como o esmegma, favorecendo o surgimento de infecções, como a balanite. Além disso, prejudica a higiene íntima, o que pode aumentar o risco de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
Nos casos mais graves, pode haver dor durante a ereção e a relação sexual, gerando impacto na autoestima e na vida íntima do homem.
“Outro ponto importante é que a fimose pode dificultar a coleta e a liberação adequada do sêmen, o que influencia negativamente a fertilidade”, ressalta o especialista.
Tratamento e prevenção
O tratamento da fimose varia de acordo com a idade e o grau da condição. Em crianças, o uso de pomadas com corticoides pode ajudar. Já em adolescentes e adultos, a cirurgia (conhecida como postectomia ou circuncisão) é a opção mais indicada nos casos persistentes ou severos. “É um procedimento simples, de baixo risco e que traz muitos benefícios para a saúde do homem. Não há razão para adiar o tratamento, principalmente se já houver sintomas associados”, afirma o Dr. Flávio Antunes.
Educação e atenção desde a infância
Para o urologista, o acompanhamento pediátrico é essencial para identificar a fimose ainda na infância. No entanto, ele reforça que adolescentes e adultos também devem ficar atentos e não ter vergonha de procurar ajuda.
“Ainda existe muito tabu em torno da fimose. Muitos homens só procuram o consultório quando a situação já está desconfortável. O ideal é que qualquer dificuldade na retração da pele seja avaliada o quanto antes”, conclui.
Fique atento: se o prepúcio não abre totalmente, provoca dor ou dificulta a higiene, não é normal. Pode ser fimose e deve ser tratada. Consultar um urologista é o primeiro passo para garantir saúde, bem-estar e qualidade de vida.
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Fonte: BS2 Comunicação