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Hospitais universitários ampliam assistência a indígenas durante ação nacional de saúde
Mobilização garantiu consultas, exames e cirurgias a povos originários do Norte do país
Publicado em 09/10/2025 10:36
Saúde e Ciências

No Norte do Brasil, 20 pacientes indígenas tiveram acesso a consultas, exames e cirurgias durante a segunda edição do Ebserh em Ação – Agora Tem Especialistas, realizada em setembro em 24 estados e no Distrito Federal. A mobilização nacional, promovida pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh/MEC) em parceria com o programa Agora Tem Especialistas, do Ministério da Saúde, busca reduzir filas e ampliar a assistência especializada no Sistema Único de Saúde (SUS), superando barreiras geográficas e culturais que dificultam o cuidado.

 

Em Manaus, no Amazonas, o Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV-Ufam) realizou nove atendimentos a indígenas das etnias Tikuna, Mura, Mundurucu, Kokama e Kambeba, incluindo cirurgias de retirada de vesícula (colecistectomia) e exame de colonoscopia.

 

A agricultora Jucinete Ferreira Urbano, 43 anos, da etnia Kokama, moradora de Tefé (AM), viajou três dias de barco até a capital amazonense para a cirurgia. “Foi a primeira vez que precisei deixar minha família. Essa foi a parte mais difícil. Mas voltei sem dores e muito agradecida pelo atendimento e acolhimento recebido”, relatou, destacando o apoio da Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai) e o cuidado humanizado da equipe da instituição universitária.

 

A enfermeira Rosimeyre Viana, especializada em Saúde Indígena, explicou que houve atenção especial ao acolhimento. “Desde a recepção até a alta, os pacientes foram acomodados em leitos próximos uns dos outros e os acompanhantes receberam alimentação dentro da enfermaria, evitando deslocamentos. Além disso, a comunicação com a Casai foi constante, garantindo um atendimento que respeitasse as especificidades culturais dos pacientes indígenas”, ressaltou.

 

No Amapá: saúde chega a áreas remotas

No Hospital Universitário da Universidade Federal do Amapá (HU-Unifap), em Macapá, 11 indígenas das etnias Wajãpi, Aparai, Tiriyó e Galibi Marwono, vindos do Parque do Oiapoque e de Pedra Branca, receberam 16 atendimentos entre consultas e exames.

 

Segundo a coordenadora estadual de Saúde Indígena (Coesi), Alessandra Maciel, os procedimentos eram aguardados há muito tempo. Ela ressaltou “o desafio logístico de levar os pacientes a Macapá, respeitando as especificidades culturais de cada povo”.

 

Entre os atendidos está Ronilson dos Santos, 51 anos, da aldeia Kumarumã, no Oiapoque (AP). Ele convive com problemas de visão desde a infância e, pela primeira vez, conseguiu realizar um mapeamento de retina — exame indisponível na rede pública local. “Foi uma espera longa, mas consegui fazer o exame. Isso já é uma grande conquista”, afirmou.

 

Compromisso com quem mais precisa

O Ebserh em Ação – Agora Tem Especialistas reforça o compromisso dos hospitais universitários em ampliar o acesso à saúde especializada no Brasil. No dia 13 de setembro, a segunda edição do mutirão mobilizou unidades em 24 estados e no Distrito Federal, realizando 34.290 procedimentos, entre 1.666 cirurgias, 4.043 consultas e 28.581 exames e procedimentos, superando em 15% a meta inicial e aumentando em 175% os atendimentos em relação à primeira edição.

 

Cerca de 5 mil profissionais participaram, atendendo áreas prioritárias como oncologia, ginecologia, cardiologia, ortopedia, oftalmologia e otorrinolaringologia. A terceira edição do Dia E está prevista para 13 de dezembro, mês do aniversário de 14 anos da Ebserh, e promete ampliar ainda mais o acesso a cuidados especializados pelo SUS em todo o país.

 

 

Jucinete Urbano de volta à comunidade onde vive, agora sem dores e cercada pelo carinho dos familiares.

 

Sobre a Ebserh

Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

 

Fotos: Assessoria de Comunicação / (HUGV-Ufam)

Fonte: Aretha Lins / Jornalista

 

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